Renegado no Manchester United, criticado por parte da torcida e visto como um meio-campista comum, Scott McTominay virou a chave de forma surpreendente na temporada. Sob o comando de Antonio Conte no Napoli, o escocês deixou de ser peça de reposição para se tornar o segundo maior artilheiro da equipe na Série A — atrás apenas de Lukaku — e peça-chave do 4-3-3 da equipe napolitana.
Neste artigo, vamos destrinchar como esta virada em sua carreira aconteceu.
Uma nova função no meio-campo de Antonio Conte
No United, McTominay era frequentemente usado como um meia-central, que fazia a saída de bola e era responsável pela parte mais árdua da marcação no setor. No Napoli, Conte o reposicionou como um meia mais avançado, quase um intermediário entre o meio e o ataque, tal como atua na seleção escocesa.

Em muitos lances, ele recebia a bola já mais avançado, a frente dos outros dois meias centrais. Com isso, aumentou sua influência ofensiva e deixou de ser apenas um marcador.

Participação na construção
Apesar de jogar mais adiantado, McTominay também contribuiu na recuperação de bola em zonas intermediárias e no início da transição ofensiva. Em diversas jogadas, ele era o ponto de conexão entre os volantes e o ataque.

Inteligência tática para ocupar espaços
Uma das virtudes que mais chamou atenção foi sua leitura de espaços. Com grande liberdade para movimentar-se no campo ofensivo, sabia exatamente o momento de dar opção de passe pelo meio, como também surgir como elemento importante dentro da área, juntamente com Lukaku, fazendo o time sair de um 4-3-3, para um 4-4-2 antecipando zagueiros e atacando o espaço como um autêntico segundo atacante.

Um toque a mais de criatividade
Outro fator de evolução foi sua contribuição criativa. McTominay passou a ser um dos armadores da equipe, inclusive realizando passes decisivos. Não à toa, o escocês terminou a temporada com seis assistências, número expressivo na sua carreira, inclusive por fugir totalmente de sua característica de atuação.

Essa liberdade para arriscar, fez com que o meiocampista buscasse até o 1v1 em algumas ocasiões, como nesta bela assistência para Raspadori, onde deixa o marcador adversário na saudade e acha um passe milimétrico no entrelinhas adversário.

Números da fase artilheira de Scott McTominay
Certamente, o quesito em que ele mais se destacou e consequentemente ajudou o Napoli na campanha vitoriosa, foram os gols marcados. No total, foram 12 em 34 partidas da Série A, dois a menos que Lukaku, o grande artilheiro do ex-clube de Maradona.
Se estendermos estes números para as Top-5 ligas mundiais, o feito se torna ainda mais expressivo, já que McTominay é um dos 10 meias mais artilheiros dessa temporada europeia estando em 4° colocação, mesmo competindo com atletas que jogam em posições mais ofensivas.

Capacidade de finalização e presença de área
A conquista desses números expressivos é explicada por seu posicionamento inteligente no último terço do campo. Dos 12 gols no Campeonato Italiano, a maioria foi de dentro da área — inclusive o golaço de voleio diante do Cagliari, que abriu caminho para a vitória que garantiu o Scudetto na competição.

Além do bom posicionamento, é preciso destacar também dois fatores que construíram essa fase artilheira: a capacidade de impulsão e a precisão nas finalizações — algo que, nas bolas paradas ofensivas, chamou muita atenção.

Conclusão
McTominay talvez nunca seja um craque, mas entregou uma temporada digna de respeito. Com liberdade, confiança e um papel claro, mostrou que é muito mais do que um volante físico. Mostrou leitura, entrega, qualidade técnica e inteligência. No futebol, contexto é tudo. E em Nápoles, Conte criou o cenário ideal para Scott se tornar protagonista.
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