De titular decisivo em jogos grandes a uma peça cada vez mais lateralizada no elenco. A trajetória de Rodrygo no Real Madrid parece ter mudado de direção em tempo recorde. E o que poderia soar como simples rumor de janela de transferências, ganha contornos mais concretos quando observamos os bastidores e, principalmente, o que está acontecendo dentro de campo.

O primeiro ponto que escancara essa possível ruptura é o desejo do próprio jogador. Segundo apuração recente publicada pelo Terra, Rodrygo já teria manifestado o interesse de deixar de atuar pela ponta direita — posição onde mais foi utilizado no Real — e passar a jogar pelo lado esquerdo. A justificativa é simples: é nesse setor que ele se sente mais confortável e rende melhor. Mas aí vem o grande problema: quem joga por lá é Vinícius Júnior, um dos principais nomes do futebol mundial, eleito recentemente o melhor jogador do planeta. E agora, com a chegada de Kylian Mbappé, que também gosta de atuar caindo por esse lado, a concorrência se tornou insustentável.

Os números ajudam a entender esse incômodo. Rodrygo soma 141 jogos como ponta direita, com 34 gols e 29 assistências. Como ponta esquerda, atuou apenas 43 vezes, mas com 12 gols e 12 assistências — ou seja, uma média superior em participação direta por jogo. Em outras palavras, a preferência dele não é apenas uma questão de gosto, mas também de rendimento.

Na última temporada, o padrão se manteve: foram 31 partidas como ponta direita, com 8 gols e 5 assistências; enquanto nos 12 jogos em que atuou do lado esquerdo, marcou 6 gols e deu 6 assistências. A diferença é significativa — e legítima a insatisfação.

Mas esse não é o único fator. A ascensão meteórica de Arda Güler sob o comando de Xabi Alonso acirrou ainda mais a briga por espaço. O jovem turco, de apenas 20 anos, cresceu demais justamente no curto período em que Alonso assumiu o time. Ganhou sequência, teve bom desempenho no Mundial de Clubes e, acima de tudo, parece ter se encaixado melhor no novo modelo de jogo do técnico espanhol.

Enquanto Rodrygo ainda busca se adaptar ao papel mais fixo na direita, Güler atua com liberdade pelo centro, organiza jogadas, finaliza e participa da construção ofensiva com naturalidade. É um perfil tático que Alonso claramente valoriza — e que lembra muito o que o treinador fazia no Bayer Leverkusen com Granit Xhaka. Em outras palavras, o Real Madrid de Xabi Alonso tem mais a cara de Güler do que de Rodrygo neste momento.

Nesse contexto, a saída do brasileiro começa a fazer mais sentido. O nome do Arsenal aparece como principal interessado, e a possibilidade de atuar em um time que valoriza a posse, tem jogo apoiado e não vive a mesma superpopulação de estrelas pode ser o passo ideal para Rodrygo retomar protagonismo. É verdade que ele teria concorrência no ataque dos Gunners, com nomes como Gabriel Martinelli e Leandro Trossard, mas o cenário é consideravelmente mais favorável do que disputar espaço com Vini Jr. e Mbappé.

A verdade é que o Real Madrid vive uma profunda reformulação. E nem todo talento que brilhou nas conquistas recentes terá espaço garantido nesse novo ciclo. Rodrygo foi peça-chave em viradas históricas, protagonizou jogos marcantes e nunca se escondeu. Mas, às vezes, sair é também uma forma de crescer.

Se o Arsenal realmente abrir as portas, a tendência é de que o brasileiro encontre minutos, confiança — e talvez um novo auge técnico. Porque talento, como todos nós sabemos, ele tem de sobra.

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