Se eu tivesse que definir Lamine Yamal com uma única palavra, seria essa: completo. Aos 17 anos, o jovem do Barcelona já soma 100 partidas como profissional e vem chocando o mundo do futebol. Não é exagero dizer que estamos diante de um craque geracional, desses que aparecem uma vez a cada década — ou mais.
Assistir ao Yamal jogar é entender por que a palavra "diferente" é tão usada no futebol. Ele é, de fato, especial. E a completude do seu jogo é o que mais impressiona. Começando pela finalização: a revelação das "canteras" domina o chute "chapado" com uma naturalidade assustadora, seja dentro ou fora da área.
Entre os tantos exemplos, contra a França, na Euro, balançou o corpo com categoria, enganou Rabiot e mandou no ângulo de Maignan. Poucos jogadores no mundo conseguem fazer isso — e menos ainda aos 17 anos.
Obviamente, a canhotinha é sua maior arma. Porém, ele também finaliza com a perna direita, como mostrou no gol contra o Real Madrid, vencendo o goleiro mesmo em uma finalização difícil.
E, quando exploramos mais seus recursos ofensivos, o drible é quase covardia. Com um "quê" de Neymar, engana os adversários só com o corpo, muda o ritmo da passada com facilidade, ameaça cruzar e corta seco, fazendo o defensor literalmente dançar sua música. O excelente Di Marco que o diga!
Mas Lamine vai além. Não é só um ponta driblador ou um finalizador frio. Ele tem uma leitura de jogo acima da média. Sua visão para dar assistências é cirúrgica. Passes milimétricos curtos, longos, trivela, nas costas da defesa — enfim, o repertório é infinito. Não à toa, já possui 33 assistências nos seus 100 jogos recém-completados como profissional.
E esse futebol de alto nível é feito se divertindo em campo, como se estivesse jogando no campinho da esquina com os amigos. E, na moral, essa leveza torna tudo ainda mais fascinante.
Outro ponto que chama atenção: a inteligência tática. Quando marcado por dois, sabe escapar para o lado menos previsível. Quando pressionado, escolhe o passe certo. Quando tem espaço, acelera e decide. A forma como ele explora os corredores, pisa na área como elemento-surpresa e toma decisões maduras faz parecer que estamos assistindo a um veterano de 30 anos. Só que não. É um menino de 17.
E se você acha que ele é só talento de jogos pequenos, vale lembrar que já é decisivo em Champions League e em partidas grandes pela seleção. A pressão parece não pesar. Pelo contrário: é nesses jogos que ele cresce.
O golaço contra a Inter, na semifinal da Champions, é uma grande prova disso. Jogador que decide quando o jogo aperta é o que separa os bons dos geniais. E Lamine caminha a passos largos nesse quesito também.
Claro, ainda há muito a evoluir. O tempo e a mídia irão cobrar muita coisa dele — e isso tudo pelos seus méritos próprios. Mas, se aos 17 ele já entrega tudo isso, o que esperar dos próximos anos?
Na minha visão, Lamine Yamal tem tudo para ser o maior expoente da nova geração pós-Messi, pós-Cristiano e, goste você ou não, pós-Neymar. A maturidade, a técnica e a frieza são ingredientes raros. Com a estrutura certa no Barcelona e o acompanhamento devido, temos aí um futuro Bola de Ouro.
E você? O que acha que ainda falta para o Yamal atingir seu auge? Deixe seu comentário e acesse abaixo, outros conteúdos deste tipo. Até a próxima!