As estreias dos clubes sul-americanos no novo Mundial de Clubes foram, no mínimo, animadoras. A impressão geral foi até acima do que eu esperava. Mas isso nos leva a uma pergunta inevitável: será que estamos subestimando o nosso próprio futebol ou os europeus simplesmente não ligam para esse torneio?
O Palmeiras começou enfrentando o Porto, adversário tradicional, mas em má fase. Ainda assim, foi surpreendente ver o quanto o time brasileiro se impôs. O Porto até teve uma leve vantagem na bola aérea, mas o Palmeiras foi superior em praticamente todos os outros aspectos. Criou mais, finalizou melhor e dominou o jogo. Por detalhes a merecida vitória não veio.
Já o Botafogo encarou o Seattle Sounders, a equipe mais fraca da chave. E, embora o placar pudesse ser mais elástico, o time carioca fez um bom jogo. Recuou demais após o segundo gol e quase se complicou, mas enquanto quis jogar, foi bem superior. Dentro do que era esperado, estreou com o pé direito e mostrou que pode sim competir com o Atlético de Madrid. Já contra o atual campeão da Champions League, PSG, a história é diferente, claro.
O Boca Juniors, por sua vez, protagonizou um dos duelos mais surpreendentes contra o Benfica. Não pela técnica, mas pela forma intensa e catimbada com que encarou os portugueses. O Boca de hoje está longe dos seus tempos áureos mas soube impor o estilo sul-americano. Resistiu até o fim e só levou o empate nos acréscimos. Assim como a torcida do Palmeiras, os "bosteros" fizeram uma grande festa em solo norte-americano.
No caso do Flamengo, era obrigação vencer o Espérance. O time tunisiano não tem nem de longe o mesmo nível da equipe de Filipe Luis. Mesmo assim, o Flamengo fez o que tinha que fazer: venceu sem sustos, sem sofrer e com controle do início ao fim. Considerando o histórico de dificuldades que times africanos costumam impor em Mundiais, foi uma estreia segura e eficiente. O teste real, claro, será logo menos diante do Chelsea.
Por fim, o Fluminense. Esse sim foi o grande destaque. Encarou o Borussia Dortmund de igual para igual (sem trocadilhos com a expressão) e, em vários momentos, foi até superior. Ninguém esperava isso diante de um time que recentemente foi finalista da Champions League. O Flu, que não há pouco tempo flertava com a zona de rebaixamento no Brasileirão, mostrou coragem, organização e equilíbrio. Uma atuação que merece todos os elogios.
Além destes, soma-se a atuação segura do River na vitória diante do Urawa Reds, já despontando como candidato a vencer o primeiro lugar do grupo, que em tese, pertence a Internazionale, que começou sua trajetória no torneio com um empate contra os mexicanos do Monterrey.
Reflexão final
Esses resultados levantam um ponto interessante: será que o futebol sul-americano está sendo subestimado? Em parte, sim. Mas há também fatores que pesam contra os europeus neste Mundial.
Pela primeira vez, clubes da Europa chegam ao torneio no fim da temporada — exatamente como os sul-americanos sempre chegaram. O cansaço físico é visível, somando-se a isso o calor nos Estados Unidos, que também afetou o rendimento dos atletas pouco habituados com este cenário.
No fim das contas, o que vimos foi uma combinação de subestimação ao futebol brasileiro, desgaste europeu e condições climáticas desfavoráveis. O resultado? Um Mundial com equilíbrio muito maior do que se imaginava.
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