Carlo Ancelotti finalmente foi oficializado como treinador da Seleção Brasileira. Campeão na Alemanha, Itália, Espanha e Inglaterra, sua carreira e seus títulos falam por si só. Não à toa, deixa o Real Madrid como o técnico mais vitorioso da história do clube. Só de Champions League, foram três.
A euforia por trás do anúncio é gigante. Basta abrir uma rede social para ver como o brasileiro se encheu de esperança. Porém, preciso ser o chato da vez e dizer que o buraco é bem mais embaixo.
Ancelotti não sabe, mas está prestes a enfrentar o maior desafio de sua carreira, aos 65 anos. Esta não é a primeira crise da seleção — e, infelizmente, não será a última. Mas me assusta pensar que, até o Mundial, o italiano terá pouquíssimos compromissos para dar identidade a uma equipe que, no momento, não tem absolutamente nada.
Por isso, não imagino que veremos uma revolução tática ou mesmo uma mudança profunda no elenco titular. Inclusive, ao contrário do que muitos pensam, não acredito que falte qualidade ou vontade na seleção. Claro, não temos mais Rivaldo, Ronaldo, Romário e tantos outros, mas está longe de ser um time fraco. Nesse ponto, as laterais continuam sendo a grande preocupação, mas com um esquema bem definido, é possível superar esse obstáculo. Vale lembrar que a Alemanha foi campeã do mundo com o zagueiro Höwedes atuando como lateral, e a França com o limitado Pavard.
Sendo otimista, se há algo em que Ancelotti sempre se destacou foi em “dar jeito”. Em toda sua carreira, algo que sempre me impressionou foi a capacidade de adaptar o esquema às peças que tem em mãos. Um exemplo claro disso é Vini Jr., que, aliás, precisa jogar mais na seleção — e a chegada do italiano no Real Madrid, nesse ponto, me anima bastante.
Por fim, o ponto mais preocupante é entender qual será o nível de interferência da CBF em suas escolhas. Será que deixarão o homem trabalhar?
Se tiver liberdade para implementar suas ideias, com tempo — ainda que escasso — e respaldo da entidade, o Brasil pode, sim, voltar a competir em alto nível. Não se trata de esperar milagres, mas de construir algo sólido. Porém , nesse momento, ainda considero uma fagulha em meio a uma grama molhada.
E você, o que acha da chegada do Ancelotti na seleção? O hexa já é realidade ou o discurso ainda é de cautela? Deixe seu comentário e acesse abaixo, outros conteúdos deste tipo. Até a próxima!