Quando o rumor do “Here we go” sobre Saúl Ñíguez ao Flamengo surgiu, muita gente correu para rever aquele golaço antológico de 2016. Mas o tempo passou. Hoje, o jogador que está chegando ao Rubro-Negro é bem diferente daquele que brilhou no Atlético de Madrid. E neste artigo, a proposta é clara: analisar o Saúl de hoje — seu momento, funções táticas e o que ele pode oferecer ao time do técnico Filipe Luís.

Perfil técnico e trajetória recente

Saúl Ñíguez tem 30 anos, é canhoto, 1,84cm e atua preferencialmente como meio-central preferencialmente pelo lado esquerdo. É um nome consolidado no cenário europeu, com 583 jogos, 60 gols e 33 assistências na carreira. Teve passagens por Chelsea, Rayo Vallecano e, mais recentemente, Sevilla, onde retomou o protagonismo, sendo um dos capitães da equipe. Na temporada 2024/25, fez 26 jogos (somando La Liga e Copa do Rei), com 1 gol, 6 assistências e 8 cartões amarelos.

Apesar da queda de rendimento em relação ao auge, Saúl segue sendo um jogador útil, principalmente do ponto de vista tático. Seu histórico mostra versatilidade, intensidade e certa robustez física — ainda que com menos explosão do que nos tempos dourados nos colchoneros.

Características defensivas

Uma das principais características de Saúl é sua intensidade na marcação. Muito intenso fisicamente, possui um comportamento muito forte no 1x1 defensivo. Mas esse estilo tem seu preço. Ele frequentemente sai da linha para pressionar e acaba cometendo algumas faltas desnecessárias, mesmo sendo um bom marcador.

Em sua última temporada em La Liga 2024/25, foi o terceiro jogador com mais cartões amarelos de sua equipe, um sinal de que, no futebol brasileiro — onde o critério de arbitragem é diferente — pode se tornar alvo recorrente dos apitos. É algo a ser monitorado.

Construção e mobilidade

Com a bola, Saúl não é aquele meio-campista que dita o ritmo da partida ao estilo clássico como de Jorginho, por exemplo. Ele é mais dinâmico: recebe, toca e se projeta. Participa da transição entre a primeira e a segunda fase de construção e gosta de carregar a bola.

Chegada no ataque e criatividade

Saúl tem um bom instinto ofensivo. Em La Liga, foi o segundo jogador do Sevilla com maior média de finalizações por jogo (1.8), atrás apenas de Dodi Lukebakio. Finaliza bem da entrada da área e chega em boa condição para arrematar em jogadas de segunda bola.

Além disso, foi o líder de assistências do Sevilla na temporada, com destaque para passes em profundidade e cruzamentos precisos. Um exemplo claro foi o gol do Lukebakio em que ele encontrou o funil entre os zagueiros com uma bola limpa. Ou seja, Saúl pode não ser o “10” da equipe, mas tem ótimos recursos criativos.

Onde Saúl Ñiguez pode se encaixar no Flamengo?

Na minha opinião, Saúl não é um substituto direto de Jorginho, mas pode ser complementar a ele. É mais box-to-box, aparece na área, carrega a bola com alguma qualidade e pisa na zona ofensiva com presença. Em um cenário com Pulgar, Jorginho e ele disponíveis, é provável que o espanhol concorra diretamente com o chileno e também com Allan que corre por fora nessa disputa.

Além de meia-central, ele pode atuar um pouco mais adiantado, algo que fez em alguns momentos de sua carreira, mais precisamente pelo lado esquerdo do campo. Com a saída de Gérson, muitos o colocam como um possível substituto na posição de meia-direita, o que acho pouco provável visto seu histórico em toda sua trajetória profissional.

Conclusão

O Saúl de 2016 não existe mais, e tá tudo bem. O que o Flamengo pode ganhar é um meio-campista experiente, com leitura tática, intensidade defensiva e chegada no ataque. Se for bem encaixado, pode agregar — especialmente em jogos grandes. A adaptação ao Brasil será o grande desafio. Porém, como Filipe Luís entende muito bem como potencializá-lo por terem atuado juntos, o espanhol pode ser muito útil no decorrer da temporada.

E você, o que achou da chegada de Saúl ao Flamengo? Tem expectativa alta em seu futebol? Deixe seu comentário e confira abaixo outros conteúdos como este. Até a próxima!