Isco está de volta. Mas não só como aquele meia de toques bonitos e lampejos esporádicos que encantou no início da carreira. Hoje, aos 33 anos, ele se tornou o coração técnico e emocional do Real Betis. E a análise tática dessa nova fase mostra um jogador mais completo — com vontade, intensidade e muito mais presença ofensiva.
A classe de sempre
Contra o Sevilla, em pleno clássico, o velho Isco mostrou que não perdeu o seu principal atributo: o passe. Antes mesmo de a bola chegar, ele já escaneou o campo, identificou o espaço e preparou a assistência. Recebe, gira o corpo e de primeira, coloca "Cucho" Hernández na cara do gol. Uma sequência de movimentos típica dos “camisas 10” clássicos, mas com a dinâmica dos dias atuais — tempo de decisão curto, leitura veloz e execução precisa.

A química com Antony: novo motor do Betis
A sintonia com Antony vem sendo outro ponto-chave desse Betis. Os dois criam conexões constantes, seja em contra-ataques, bola parada, movimentos entrelinhas, etc. Antony dá velocidade e profundidade. Isco dá clareza e ritmo. E o time de Pellegrini se beneficia disso em quase todas as transições ofensivas. Não à toa, quando observamos os números de ambos os jogadores, é nítido o impacto ofensivo em participações em gols do time na temporada.

A face artilheira: um Isco mais vertical
Mas uma das coisas que mais me chamou atenção nesta análise, é a nova faceta artilheira de Isco. Com 11 gols em 26 jogos até o momento, ele já igualou sua melhor temporada em números — aquela pelo Real Madrid em 2016/17. O que explica isso? A mudança de mentalidade. Isco hoje pisa na área e tem mais vontade de balançar as redes. Infiltra como elemento surpresa. Finaliza mais. Ele entendeu que ser criador não significa abrir mão de ser definidor.

Mesmo fora de sua área de atuação, digamos assim, ainda assim nos detalhes podemos observar sua inteligência tática. Como neste gol marcado em La Liga, onde ele dá o famoso "gato" no zagueiro, para receber livre o cruzamento e empurrar a bola com muita qualidade para o gol.

Domínio orientado: tempo e espaço em um toque
Do ponto de vista técnico, o domínio orientado talvez seja o recurso que mais simboliza essa inteligência do jogo. Em duas situações distintas, ele recebe cercado por zagueiros e, com um simples toque — usando o pé menos previsível e direcionando o corpo corretamente — limpa o espaço para encontra o melhor movimento para finalizar. Um gesto técnico silencioso, mas fundamental, que diferencia bons atletas de jogadores decisivos.


Conclusão
O Isco de 2024/25 não é apenas mais maduro — é mais completo. Soma a qualidade técnica à leitura tática, gana de vencer e uma surpreendente veia goleadora. Mais do que ressurgir, ele se reinventou. E isso transforma o Betis num time que merece ser assistido com atenção — tanto por torcedores quanto por quem estuda o jogo no detalhe.
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